Paintings
Estes trabalhos referem-se a uma série realizada com óleo, acrílico e aquarela que continuam - a partir da pintura - as mesmas temáticas que explorei dentro da escultura. É uma pesquisa sobre signos específicos e seus significantes, sua trajetória ao longo da história da arte e suas percepções na sociedade contemporânea. São eles: o fumo, o fantasma e a nuvem.
Sobre isso, Guilherme Wisnik (Arquiteto e curador brasileiro) refere-se ao papel disruptivo que a arte pode ter, principalmente através da potência de produzir imagens-enigma, as quais “dotadas de certo coeficiente de opacidade, possam romper criticamente o fluxo contínuo da informação, da comunicação, produzindo mensagens cortantes” (Wisnik, 2018, p.299). Desta forma, o autor recorda do filósofo italiano Giorgio Agamben, no livro “O que é o contemporâneo? E outros ensaios”, no qual o afirma que o contemporâneo é aquele que não se deixa cegar pelas luzes do seu século, pois “percebe o escuro do seu tempo como algo que lhe concerne e não cessa de interpelá-lo” (Agamben, 2009, citado por Wisnik, 2018).
Entre lampejos de luz e o infinito da escuridão, esta série de pinturas se expressam de maneira misteriosa, onde traços e gestos formam movimentos de desaparição do próprio rastro. O que foi e já não é se manifesta em gestualidades que pretendem abrigar múltiplas existências: fantasmas já extintos ou ainda por vir, matéria e memória, imaginação e realidade, o visível e o oculto. Assim, há um compartilhamento existencial entre passado, presente e futuro.
These works refer to a series created with oil, acrylic, and watercolor, which continue—through painting—the same themes I explored within sculpture. It is a research on specific signs and their significations, their trajectory throughout the history of art, and their perceptions in contemporary society. These signs are: smoke, the ghost, and the cloud.
On this subject, Guilherme Wisnik (Brazilian architect and curator) refers to the disruptive role that art can have, particularly through the power of producing enigma-images, which "endowed with a certain coefficient of opacity, can critically break the continuous flow of information and communication, producing sharp messages" (Wisnik, 2018, p.299). In this way, the author recalls the Italian philosopher Giorgio Agamben, in the book "What Is the Contemporary? And Other Essays," in which he asserts that the contemporary is the one who does not allow himself to be blinded by the lights of his century, for "he perceives the darkness of his time as something that concerns him and ceaselessly questions him" (Agamben, 2009, cited by Wisnik, 2018).
Amid flashes of light and the infinity of darkness, this series of paintings expresses itself in a mysterious way, where strokes and gestures form movements of the disappearance of their own trace. What was and no longer is manifests in gestures that seek to encompass multiple existences: ghosts already extinct or yet to come, matter and memory, imagination and reality, the visible and the hidden. Thus, there is an existential sharing between past, present, and future.
the night is far spent and the dawn is about to break, 2024. 40x30cm. mixed media on linen.
a minute of silence in the blue hour, 2024. 40x30cm. mixed media on linen.
traduzir rastros, 2024.
40x30cm. mixed media on linen.
untitled, 2024.
40x30cm. mixed media on linen.
a cloud dance bouncing on the sunny side, 2024.
40x30cm. mixed media on linen.
last glimpse of the shadowy memories, 2024.
40x30cm. mixed media on linen.